quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Filosofia

As coisas nunca se repetem, somente as palavras.


Edemir Fernandes Bagon

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Espelho

Uma leve bruma quente-fria
Toca-me levemente
Tão suave que a senti
Em seus mistérios me cobrir.

Leve bruma quente
Que me toca e diz
Leve à frente
A esperança que reluz

Leve bruma fria
Anda e lamenta
Foi-se anteontem
Dizer que me desfiz

Leve bruma quente-fria
Deixa-me entre um e outro
Entre equilíbrio e confronto
Passos e espasmos

Fria-quente leve bruma
Escura transparência
Desfia os vestidos
E leva a descrença

Bruma... Leve fria-quente
Costura o caminho
De cordas e labirintos
Em suas malhas puras.

Bruma ...
Em tecer me faz perder
Em perder me faz andar
Ao andar, faz se jogar...

Na leve bruma quente-fria.

Leticia Duns

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Você

Uma parte de mim
Torna- se meu inteiro,
Sem reações se entrega
E de ti é prisioneira
Essa vontade e anseio
Procura- o por perto
E sente sua imagem,
Sua presença,
Seu carinho, seu cheiro...
Vem daqui de dentro,
Sua fórmulas,
Magias e encantamentos
E de mim brota
Essa parte tua
Que torna- se meu inteiro
Inteiro amor por ti !

Leticia Duns 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sinto

Subir pra perto do céu
Sentir a força do vento
A sensibilidade da neblina
A vontade da noite
A vitalidade do dia
A delicadeza da flor
O néctar da fruta
A maciez da grama
A correnteza d'àgua
As energias vibrantes
As cores tocantes
E assim...
Sentir,
O aconchego dos braços
Afagos e beijos
Esse amor que toca por inteiro
Soa melodias apaixonadas
E tocam sempre que te sinto
Sentir,
Te sinto como os elementos naturais
Como as forças sobrenaturais
Nos itens que me compõe
Na esperança que se constroe
E é sempre assim
Quando te sinto.

Leticia Duns

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Querido Amigo L, R.A.E - 1969


Querido amigo, senti vontade de dizer-te quanta paz tua paz me transmite e de quanta esperança um sorriso teu me enche o peito.

Certa vez, uma vontade de igual tamanho cercou minha mente, mas tu não estava por perto para que minhas poucas palavras pudessem ditar meus pensamentos vagantes à tua eterna procura. Era noite e, deitado em minha cama (essa que a mim é eterna) olhando para o teto (este que que me é tão baixo), via letras flutuando pelo ar e formulando ora palavras avulsas, ora frases aparentemente sem nexo mas que, desde aquele momento, minavam de meu corpo.

Se de palavras a esperança se compõe e de tu me vem tais palavras, não é ousadia minha dizer que tu, oh composição perfeita, és poesia livre em meu mundo, mente, corpo.

Mas se minha mente lança-te ao ar de meu teto tão embaraçosa e indecifravelmente, concluo que tu, oh palavra mandante és senão, fruto deste meu corpo doentio que se desfaz sem o teu. É lamento neste quarto que a projeta sem decodificações, é murmúrio quando nota que as palavras são mudas, o negrume do quarto é translúcido e a intenção é cega.

Senti vontade de dizer-te quanta paz teu silêncio mórbido transmite e quanta esperança tua alma viva me enche o corpo inerte.



Leticia Duns

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

2° Prêmio BlogBooks



Pessoal, estou concorrendo ao 2° Prêmio BlogBooks onde, meu blog pode virar um livro eletrônico. Conto com a colaboração para divulgação e voto de todos de vocês !

Clique Aqui para registrar seu voto.

Muito Obrigado
Leticia Duns

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Haicai

Sobre a sombra no telhado
O pássaro pousa
E o telhado voa.

Leticia Duns

domingo, 15 de agosto de 2010

Personagem

Quando o fiz, entreguei-me por inteiro
Vejo que agora falta-me empenho
Nem lhe vejo ou lhe quero por perto
Suponho que tenhas sentido
Essa minha falta de alma nas presenças
Ou então essa falta de sentido nas palavras.
Gosto quando entende
Que não pode entender meus significados
Nem meus sentidos de direção
[Se é que eles existem]
Fato é que entreguei-me mas não o quero
E sabes que não lhe criei por vontade
Apago-lhe de minha mente agora
Pois necessito de um pouco mais de espaço
Nessa minha cabeça vaga.
Adeus velho personagem
De descrença e decaso
Agora aqui [não em mente, sim coração]
Habita plenitude e paz
Não lhe convem espaço.


Leticia Duns

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ipês

O Ipê amarelo
Surge pela janela
Sua cor ofusca o olhar
Colore a calçada
Com suas flores caídas
Riqueza sem par



O Ipê roxo
Abre o caminho
Com delicadeza de moça
E flores doces
Que sorriem com beijos
Amor e carinho




O Ipê branco
Revitaliza o viver
Eleva o espírito
Renova idéias
Limpa impurezas
Surge com Paz e Serenidade



Os Ipês
Plantados em solo inconsistente
Brotam suas flores
E realçam a vida
Colorem a visão
E amaciam o coração.

Plante, cultive e aprenda
A semente do Ipê
Está aí para ser utilizada
Já plantou a sua no coração?
Descubra o cultivo
E sinta as emoções.


Leticia Duns

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dentro de mim


Basta aprofundar seu olhar
Dentro do meu coração
Verá a verdade estampada
Em tons fortes e vibrantes
Que impulsionam meu amor
A realidade é que essa vontade
Me consome, me devora
Me aliena à você
Então deixa disso e sinta a força
Sinta a intensidade que vibra em mim.
Ao simples olhar aflora mais essa sensação
É inacreditável o que você provoca
Nem nas mais complexas palavras sei explicar
Acredite, acompanhe, sinta
Não é hipocrisia minha
Vamos explorar juntos essa aventura
Revira e me faz mostrar esse sentimento
Venha explore mais profundo
Ouça essa música que soa
Na profundeza do meu coração

Leticia Duns

terça-feira, 27 de julho de 2010

E o tempo parou

E o tempo parou
E as coisas aconteceram
E as pessoas repararam
Que na verdade a vida parou.
Parou na rotina do fazer por fazer
Na tristeza de errar sem aprender
Na dor da contrição sem se arrepender
Na angústia de falar por falar.
É a vida parou
Ninguém fez nada para alterar
Nínguém quiz mudar
Ninguém se preocupou.
É a vida está parada.
Até que vejamos nosso verdadeiro ser
E reparamos nosso verdadeiro valor
E encontremos nas atitudes
A corda para o relógio da vida.
Seja você a fazer o diferencial
Não pela inercia do tempo dos outros
Mas pela vitalidade do seu tempo
Faça o ritmo da sua vida.

Leticia Duns

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Aquela criança



Tirei inspiração das pessoas na rua
Suas atitudes, suas maneiras
Observei o modo de caminhar
De falar ao telefone, de correr para pegar o ônibus
No meio de tanta observação
Um sorriso ofuscou meu olhar
Aquela criança trazia consigo
O sonho de tudo melhorar
Num gesto simples quiz capturar sua esperança
E transpassar para mim
Somente consegui imobilizar
Este momento aqui
E lembro da aurora da minha meninice
Quando tive esperança
Mas tornei-me adulto incrédulo
Pois conheci a vida, corrompeu a magia
Que tinha como aquela criança.

Leticia Duns

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sem definição


A verdade é que o amor não cabe somente em mim,
não cabe somente em ti,
Não cabe a ninguém que seja denominado ser humano.
Ninguém pode senti-lo em todas suas propriedades
e quem disser que pode
Estará traindo seus princípios e sentimentos mais variados
Indo propriamente contra o que é o amor em si.

Leticia Duns

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Não há crime


Tive uma idéia
Como sempre digo: miraculosa
Vamos sair sem se preocupar com a volta?
Não quero negativas
Aceite a proposta
Vamos simplesmente caminhar à toa?
A luz da lua a iluminar
O que não terminará,
Espero que não, pelo menos agora
Pare de besteira
Venha, desenvolva comigo essa idéia
Não quero saber as consequências
Não pense no depois
Venha comigo agora
Não haverá testemunha
E sem elas não há crime
Comigo, nunca tenha medo.
Leticia Duns

terça-feira, 13 de julho de 2010

Cabeça Viajante

Tento desta vez expor sentimentos vagos
Que viajam na minha cabeça
Como borboletas livres
Tão livres que fogem ao tentar colocar no papel

Por isso me sinto tão solta
Não vou me prender à belas palavras
Nem preocupar-me se soam bem
Apenas serão eu e meus pensamentos

E aí do outro lado
Um bom leitor entenderá minhas entre linhas
Meus por quês
E sentirá à flor da pele meu prazer de escrever.

Leticia Duns

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Jardim Solitário

Flor corroída
Ácido vento que lhe soprou
Pétalas incompletas
Terra que veneno brotou
Folhas com vísceras
Chuva não levou
Orvalho pairado
Nem de ti cessou
Jardim solitário
Flor corroída sobrou
Leticia Duns

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Acordei Assim

Uma saudades que apertou e lhe gritou
Chamou e te procurou ao meu lado na cama,
Não estava...
Saudades que sentiu-se repentinamente abraçada
E por ti acariciada
Tocada pelos apaixonantes beijos
Delicada mão ao rosto.

Percebeu que nada mais que sonho
Lhe era aquele momento
Imaginando algo que nem ocorrera
Mas em breve lhe virá
Paixão sonhadora
Então nas nuvens de teu corpo instalou-se
E ao acordar continuou sonhando,
Realizada de seus desejos.

É, essa noite foi assim,
Com você abraçada dormi
Com você ao meu lado acordei,
Um beijo doce...
E apertadamente,
Envolveu-me em seus braços
E percebi que acordada estando,
Esse sonho me faz amar sem dimensões.

Leticia Duns

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sol

Poema por Tiago Costa.

O Sol radiante
Em meus olhos
Vislumbra, hipnotiza, encanta

Seus raios intensos
Infiltram em meu ser
Trazendo o calor
Que tanto esperei

As vezes pego-me questionando
Será real?
Apenas um sonho?

Quero apenas sentir
Deixo as dúvidas e questionamentos
E aprecio o nascimento
Dessa luz que me faz sorrir.

Tiago Costa

sábado, 26 de junho de 2010

Artesanato- Minhas Criações

Olá queridos, hoje estarei aqui ao lado em Artesanato... Passem por lá, vale a pena dar uma espiada. Abaixo link.

Artesanato- Minhas Criações

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pés- Parte II


Rita anda em direção ao abismo entre morte e vida, Catarina a segura pela mão e a conduz para suas então certezas. Quer Marcelo, sente frio e o aperto no peito lhe prende a respiração. Mergulha em sua memória às vezes em que fitava os olhos de Marcelo e se perdia na cor opaca e sem brilho que transpassava além dela como se nada estivesse em sua frente. Pusera-se a pensar em remotas vezes em que vira brilho naquele olhar, espantara-se ao relembrar que apenas uma vez dentre inúmeras felicidades o identificara no ocular de Marcelo.

Sim, fora no dia de teu casamento, Catarina sempre observara ao longe as decisões tomadas pelo então jovem casal, e opusera-se a todas elas com fervor e entusiasmo. Acreditava que destino não existe e que ela poderia finalizar todo e qualquer indício de permanência eterna daquele e de outros matrimônios.

Lembra-se Rita que em seu dia de núpcias Marcelo depositara nela toda sua felicidade, assim como se a tivesse transferido como forma de mantê-la segura, para que não escapasse jamais. Foram felizes naquela noite. Juntos somente naquela noite.

Eu sempre quis roubar-lhe para ser em parcela, feliz. Rita nunca soube de minha essência e não conhece meu ser, mas Marcelo já sabia desde então minhas intenções e propósitos, lhe era bem claro os meus desejos e anseios.

Estou vendo Catarina, se aproxima de mim com ardência e pressa, noto sua insípida respiração ofegante. Zomba em meu ouvido sua força e comando voluntários. Aproxima-se cada vez mais e a sua velocidade aumenta. O gelo que me sobe até a nuca confirma que sua presença é impiedosa e desprovida de insegurança. Tem traçado seus planos a muito e não se opõe com a idéia de destruição familiar que poderá causar. Impulsiona minha bicicleta com singular força em direção a pista contrária e já não vejo mais nada. Somente a imagem nítida de Rita projeta-se em meu semblante e aos poucos escurece como se houvesse adentrado um vale de sombras.

Noite de 25 de julho de 1998

Todas as noites, mesmo nas quentes, acordava cerca de três vezes inclusive de madrugada para ir ao banheiro, beber água e olhar para os pés de meu marido. É certo que a ida ao banheiro e a sede repentina e costumeira era apenas um pretexto para observar seus pés. Sim, você pode pensar que sou daquelas admiradoras fanáticas por pés bonitos, mas, não era a razão de tal estranha observação.

Nesta noite não acordei, e dali em diante meus despertares não foram os mesmos. Ainda acho que estou dormindo, mas Catarina me lembra que não. Ela o levou e me levará também, ela sim é fascinada por pés e todas as noites vêm olhar os meus, os seus e de todos. Podem observar.

*Vem sem cheiro, sem sublevar, sem presença, mas nota-se.
Toma em suas garras de gélido abismo infindável
O suspiro absorto e ilusório que nos perpetua neste plano
Utopicamente caucionando alma desobstruída.


* Últimos versos extraídos do poema "Medo do Medo da Morte" de Leticia Duns.

Leticia Duns

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pés - Parte I


Todas as noites, mesmo nas quentes, acordava cerca de três vezes inclusive de madrugada para ir ao banheiro, beber água e olhar para os pés de meu marido. É certo que a ida ao banheiro e a sede repentina e costumeira era apenas um pretexto para observar seus pés. Sim, você pode pensar que sou daquelas admiradoras fanáticas por pés bonitos, mas, não era a razão de tal estranha observação.

Agora quem vos fala é Catarina, à frente apresentarei-me.

Marcelo homem dedicado que é, sempre acorda antes mesmo do galo cantar, faz seus afazeres domésticos juntamente com sua esposa e sai para a vida. Cuida da chácara do Sr. Rubens a dois anos e meio e tem uma ótima relação com seus vizinhos afinal os amigos ocupam-lhe o espaço onde fica a saudade de sua família (mãe, pai e irmãos) que estão longe a algum tempo.

Vida corrida de capinagem, plantação e vigia, volta para dentro de casa somente à noite onde sua esposa lhe aguarda para o jantar, depois conversam sobre a quietude do lugar em que não se acostumaram a residir ainda e, depois de longo papo regados a risos e carinhos vão dormir afinal, o galo canta mais cedo que o habitual naquele lugar.

Manhã de 26 de julho de 1998.

Rita sempre acorda primeiro que Marcelo, é certo que ele não sabe de suas preocupações, ela não transparece o medo de ter o marido longe, ele é totalmente necessário a ela em todos os sentidos, em seus sentimentos criou um laço de ligação tão forte como se suas almas fossem interligadas e fundidas a milhões de anos. Mas esse é um assunto em que raramente é comentado em suas conversas, afinal Marcelo é descrente de tudo que não pode ver.

Como é de costume, ele acorda cedo e faz o café preto que lhe mantém acordado durante o dia todo. Ela acorda e vai até a padaria de esquina comprar pão. Tomam café tranqüilos e conversam sobre o que vão fazer durante o dia.

Marcelo pega sua bicicleta e vai até o depósito de materiais de construção no centro da cidade comprar parafusos para arrumar um velho armário na casa do Sr. Rubens.

Ao passar pela porta para acompanhar com o olhar o marido indo em direção a porteira da chácara, Rita sente um leve e suave sopro no pescoço que a faz certificar-se de que está sozinha em casa. Surge então uma sensação de que Marcelo esqueceu alguma coisa em casa antes de sair. Começa a procurar pelos cômodos algo que ele pudesse ter deixado para traz. Não encontra nada, ainda assim aquele sentimento de esquecimento a apavora de tal maneira que a obriga a correr até a entrada da chácara, olha para todas as direções e perde o olhar na estrada de terra que segue longe onde não se pode ver fim de onde está.

Rita ouve uma voz susurrar-lhe ao ouvido: - Marcelo esqueceu você...

Marcelo esqueceu Rita. Não a levou com ele, deixou-a em casa para receber as notícias. Alguém precisava recebê-las.

Sentada na porta de casa ficou esperando o marido chegar para o almoço. Uma, Duas, Três horas, Marcelo não volta para casa, e Rita está convicta de que ele a esqueceu. Não sabe qual passo dar afinal sua necessidade dele gritava e estagnava suas ações.

Eu Catarina, fico a observar este olhar perdido e esperançoso de Rita e machuco seus sentimentos com a incerteza. Não tenho remorso por estas e outras atitudes afinal sou dona de seu destino e não obstante, de seu marido também.

Ao levantar-se da velha cadeira em frente a casa, Rita nota uma pessoa correndo desesperada em sua direção ofegante e engasgada com palavras que precisavam ser ditas de imediato. Naquele momento tomei por corpo tal pessoa e lancei aos ouvidos de Rita as notícias inesperadas.

Alma de Marcelo desprendera-se do corpo no momento em que corria a travessia da ponte principal da cidade em direção ao centro. Sua bicicleta inclinara involuntariamente para a direita onde um caminhão tomava destino contrário ao seu. Sim, fora atropelado, não se despediu de Rita, foi embora sem ela.

Aguardem Segunda Parte.
 
Leticia Duns

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Reabertura Blog em 16/06/2010

Queridos leitores...

Na quarta Feira (16/06/2010) voltarei a postar aqui no Descobrindo depois de sua total reforma.
Não percam, inauguração da nova arte de abertura feita especialmente para essa nova fase e pensada em todos os aspectos para trazer boas energias aos leitores.
Enquanto isso, uma prévia da arte está aí acima apenas para deixá-los curiosos...

Arte de abertura: Tiago Costa

Beijos e até quarta !

Leticia Duns.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

...


Reticências para ser infinito
Compêndio do que trago
É resenha do passado
Infindável o futuro
Saudosa a lembrança
A razão humana não pode explicar
Reticências para ser infinito...

Leticia Duns

terça-feira, 25 de maio de 2010

Trovões

Penso que se pelo passo
Que o passo caminha
Estão por vir ventanias
É bom sinal de tempestades
Regadas a palavras jogadas
Como quem não quer nada
Como quem não quer aparecer
Mas quer ser apreciado...


Leticia Duns.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Banda Katarse

Ontem parei para ouvir e analisar com atenção esse CD abaixo descrito. Já havia ouvido antes mas não com tanta atenção. Apesar de algumas músicas soarem estranhas a algumas pessoas, são de inteligência cultural tamanha que me fez divulgar aqui.

Em especial abaixo a música no qual mais admirei no CD.

Música da Banda Katarse, letra de Tersio Greguol, CD : A Obtusa Simplicidade do Ser.

Conselho : Do Eu Ao Eles Sem Excessão

Você já não é mais criança
Já está na hora de saber
Que mais dia menos dia
O inevitável vai acontecer

Deixe a soberba de lado
Ainda tem muito o que aprender
Maneire na sua prepotência, A aceitação fará você crescer

Todas as coisas um dia se vão
Todas as pessoas do singular
Todas as pessoas do plural
Tudo um dia retorna pro lar

Comece a procurar respostas sabendo que não há o que fazer
Cultive sempre a humildade e saiba que um dia você vai morrer.

Assim Deixei

Deixei de escrever frases bonitas,
Mentiras alegres e corações partidos.
Na árvore que não via,
Deixei penduradas folhas escritas,
No solo, canetas sem tintas,
Nos frutos, casca sem polpa.
Deixei de querer o mundo
E todas suas coloridas flores
Se presas às raízes estão
Mas radiantes, exibem sua beleza.
Deixei de querer as músicas,
O que me impressiona
Se camufla em suas letras,
Melodias e acordes gritantes.
Deixei de querer alma,
Se enquanto corpo pulsa prazeres
E tão incoerente a descreve
Como se alma dele dependesse.
Deixei de correr os caminhos,
Olhar para os lados,
Enxergar vazio,
Lamentar passados, cegar destinos.
Decidi que deixei de tudo um pouco:
Tudo que me é vago,
Tudo que parece bonito,
Tudo que aparenta sintonia,
Tudo que está superior,
Tudo que é regrado.
Sim, de tudo um pouco,
Afinal poucos são os ensinamentos
Sobre nada que sabemos.
Um pouco de tudo,
Um pedaço de cada aroma
Mesmo que não goste.
Experimentos, só um pouco...
Acaba- se sem legados,
Apenas poetizando vagamente
Sobre palavras escritas, papel branco
Penduradas nos galhos
Daquela árvore que não via,
Flutuava sobre o chão.
Árvore donde nasce a verdade.
A verdade?
Deixei de escrever frases bonitas,
Mentiras alegres e corações partidos.

Leticia Duns.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Selinhos aos Melhores



Queridos, recebi um selo num blog de um amigo que gosto muito (Fernando) e que escreve muito bem, em sinal de gratificação, posto este selo para ele bem como para todos os blogs que leio frequentemente, todos são fontes de inspiração nos meus escritos. Aconselho que entrem e confiram, são os melhores...






 

 

 



Que nossas canetas sempre criem asas e façam nossa palavras voarem para todos os cantos deste mundo !

Beijos

Leticia Duns.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Não Consigo

Já desviei o caminho
Peguei um atalho
Fugi do destino.

Andei confortável
Ruas floridas
Paisagem impecável.

Apaguei a história
Comecei um rascunho
Pequei com glória.

Nesses inversos
Camuflei teu nome
Em meus desejos.

Rua turva caminhei
Ao seu final, vazio
Só sei que sempre te amei.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Descobri teu Nome

Não se achar nas próprias roupas
Nas paredes pintadas de azul
Nas vontades saciadas
Nos livros não lidos
No quarda roupa vazio.

Procurar dentre os cômodos
Da casa recém arrumada,
Na cama impecável, lençóís brancos,
No porta retrato, sorriso eterno,
Não achar seu inteiro, seu cheiro.

À beira da saudades
Lado a lado, teu nome
Descobri que assim ela se chama.
Mesmo tendo identidade
Não me responde.

Por que és tão silenciosa?
Quero que fale, que grite
Que me mande embora,
Diga que não me vê
Mas pelo menos diga.

Por que tens tua vontade tão impiedosa?
Tomou o espaço de tudo por aqui
Levou aquele sorriso, diadorim
Agora cala-te para que não note
Mas sua presença é palpável...

Leticia Duns

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Inversos

Dar por fim quando
Pela morte se acaba
Mas assim sendo,
É início de dimensões.
Olhos de agouro
Se mãos sentem o palpável
E alma vive sem limites.
Vida enquanto morte,
Se há de iluminar
Seja no veludo negro
Da morte pelo princípio.
Morte enquanto vida,
Então escurecer
Na seda transparente
Da vida pelo término.

Letícia Duns.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sobre a Finitude

Sobre vento e sombra,
Cavalos e floresta;
Sobre mitos e verdades,
Vontades e sublimação;
Sobre rascunhos e biografia,
Letras e melodia;
Sobre tudo e eles,
Escudos e flores;
Mostrou tudo quanto era,
Quanto é e será.
O temor que soprou como vento
Revelou que mitos eram e são verdades,
Através de letras e melodia
Sobre você e outros,
Mostrou tudo quanto era
Quanto é e será.

Leticia Duns

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Momento- Fração do Arrependimento

Sabendo que por um momento
Deixei minha vida rolar sem cobranças
Ao sabor do novo e inconsequente
Deleitando do acaso e rindo da morte.

Sabendo que por vários minutos
Nem me importei com meu destino
E se meus atos o alteram
Apenas soltei-me e senti-me livre.

Sabendo que o que quero está longe
E o que necessito sempre está por perto
Traçei minhas metas e ignorei-as
Somente naquela pequena fração de tempo.

Foi sabendo que deixei me levar
Delicei de tudo que não se pode
Fiz tudo que não se deve
Mas foi apenas por um momento.

Momentos...
Ao longo dessa e de outras vidas...
Foram e serão vários os momentos...
Quem há de controlar?

Leticia Duns

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Medo do Medo da Morte

Prender a algo tão importante
Quanto apegar-se a fé
Quando se tem
Medo do medo da morte.

Necessidade de amarrar
Longas lágrimas de grafite
Já que o real não se desfaz
E o possível é demasiado surreal.

Juras de vida longa
Eterna - Mentiras saudáveis
A quem se engana,
O coração inerte

Iminar e transferir ao caos
Reis majestosos e deuses famintos
Carne humana saciável
Lástimas a alma lúdica.

[Seres relativamente pequenos diante da morte e seus mistérios]

Vem sem cheiro, sem sublevar, sem presença, mas nota-se.
Toma em suas garras de gélido abismo infindável
O suspiro absorto e ilusórico que nos perpetua neste plano
Utopicamente caucionando alma desobstruída...


Leticia Duns

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A totalidade nada mais é que vazio explicando existência.


Leticia Duns

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sempre Contigo

Não pensarei como alvo distante
Continuarei sabendo que alcançarei
Mesmo que demasiadamente invisível
Fecho os olhos e vejo aqui

Te vejo sempre aqui
Logo te tenho sempre comigo
Não estarei sozinha
Amor que preenche suas próprias lacunas

Sei que melancólicamente
Penso nesse amor platônico
Mas o que é ter senão alma interligada?
Presença para os sábios não é necessária.

Leticia Duns

And i'm not gonna stand and wait
Not gonna leave it until it's much too late
On a platform i'm gonna stand and say
That i'm nothing on my own
And i love you, please come home

terça-feira, 30 de março de 2010

Colecionadora de Almas e Identidades

Mesmo quando se resolve esquecer que existiu, e se vê lá no fundo nenhuma gota de ilusão e esperança daquela alma que acabou de sair de dentro, e não se encontra vestígios de experiências vividas pelo habitante anterior, e corre- se atráz do que é ou do que será, mesmo diante de tudo isso, não descobriremos por quê.
Por quê de tanto sofrimento pelas pessoas se elas só enxergam a si mesmas (invenção de espelhos).
Por quê de tanto prendimento por afetos e amores se o que se tem deles são apenas ilusões?
Por quê tantos questionamentos de quem é se você apenas está definido pelo seu nome na carteira de identidade?
Não cabe enumerar os por quês, esses que ditaria seriam os meus e de várias outras pessoas sem respostas.
Somos pessoas sem respostas sim e identidades sem alma também.
Mostra-me a tua alma?
Enquanto isso coleciono "identidades de almas passadas"...

Leticia Duns

domingo, 28 de março de 2010

Plenitude Volátil


Ser enquanto sou
Como posso deixar de ser
Algo que presumi que seria?
Como posso querer ser
Algo que jamais imaginei?

Querer enquanto tenho
Como posso querer-te
Sem saber que existia?
Como posso deixar-te
Se és meu coração?

Calar enquanto tenho voz
Como posso amar em silêncio
Se existem gritos aqui dentro?
Como posso ter voz
Se teu amor me consome por inteiro?

Contentar com o que não tenho
Como posso interar-me
Se o que mais desejo não me vem?
Como posso ter
Se já não habita mais aqui?

Tenho tudo que quero
O que necessito me falta.

Leticia Duns.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Alma sem definição

Sou assim
Vermelho e azul
Sangue e alma
Doença e remédio
Água e chamas
Dor e paixão.

Sou assim
Navegante em águas toldadas
Andante em ruas frívolas
Pedinte de vontades tenebrosas
Voadora em céu rematado
Nome sem raízes.

Sou assim
Espírito embalado em corpo
Mãos tocando abismos
Beijos em lábios desconhecidos
Verbo pescando saudades.

Sou assim
Rosto ignorado no espelho
Casa habitada por estranhos
Portas abertas para lugar algum
Janelas flutuando no ar.

Simplesmente Sou Assim.

Leticia Duns

terça-feira, 23 de março de 2010

A idéia de mudança anima e não a mudança propriamente dita.

Leticia Duns

quinta-feira, 11 de março de 2010

Saudades de Tudo

É por você que senti saudades de mim
É por mim que esqueci de você
É por nós que sumi por uns tempos
É pelos outros que critico a todo momento.
É sim por causa da lua que tornei-me mar
Para ficar assim debaixo de você sempre.
É pelo deserto que tornei-me miragem
Para esconder-me de você sempre que necessário.
É pelo vinho que tornei-me água
Para curar ressaca no dia seguinte.
É pelo coração que tornei-me razão
Para ser chamada de calculista por você.
Faço-me e invento sempre e cada vez que aparece,
Como o vento furioso cantando
Sem importar com quem ouve.
É por você que mexe comigo que choro
Sempre que lembro no pé do ouvido.
É por você que senti saudades de mim
É por mim que esqueci de você
É por nós que sumi por uns tempos
É pelos outros que critico a todo momento.

Leticia Duns

Reflexão- Desenhos.

Escrevi esse texto depois de ler uma postagem (texto chamado Desenhos) no blog http://www.amanhecernohorizonte.blogspot.com/ , de um cara chamado Edemir, ele é muito bom mesmo (recomendo) ! Peço que leiam o texto dele primeiro e depois passem por aqui para ler minha reflexão.


De tempos em tempos, quero viver, quero saber, quero mais e mais...


De tempos em tempos, o vazio me basta, a solidão preenche meus espaços, o medo me domina e somente isso.


De tempos em tempos queria reviver horas passadas e morar nelas para sempre, mas se tornando assim presente, me desprendo de tal insanidade com sede de minutos atrasados.


De tempos em tempos quero somente o tempo que escorrega nos meus dedos e não me deixa o controlar, então sempre de tempos em tempos me vejo em reflexões que não me levam a lugar algum e sim apenas a perceber que aqui dentro, nessa mesa, existe um copo de água derramado e a muito esquecido e, sem calor [a muito não se vê em meu corpo] não faz com que tal evapore, logo coração molhado de lágrimas fica sobreposto sobre a mesa o deixando sempre mais triste do que foi um dia.


De tempos em tempos minha alma sai de meu corpo e viaja por aí sem rumo e encontra almas iluminadas que revigoram a dimensão.


Então, de tempos em tempos acordo e percebo que tudo foi tão surreal que não posso pensar que não existiu mesmo sabendo ao fundo que sempre existirá...

Leticia Duns.

sábado, 6 de março de 2010

Autor Desconhecido

Não que queira falar de mal romantismo
Acho isso tudo uma besteira.
Desconfio de gente muito bondosa
                                                       [ por que não sou ]
Daqueles que te levam flores
                                                       [ que te causam alergia ]
E chocolate
                                                       [ que te engordam ]
Mas quero falar sobre os que
Bem ao contrário, partem para a atitude
Acho que, ou está junto ou não,
E isso não significa tratar bem
Fazendo todas as suas vontades
E concordando
Com todas as besteiras que você fala.
Se você é assim me desculpe
Caiu no meu conceito.
Somos feito de vontades
E para elas serem realizadas
São necessárias empolgações.
Somos de confusão
E você não entende a minha.
Somos de ilusão
E eu, desconfio de todos
                    [ Acho que por não confiar em mim mesmo ]
Enfim, somos assim
Eu de você
E você caiu no meu conceito.

P.S- Nunca acredite num poeta desesperado [ ou não ], eles costumam dizer o que se quer ouvir, o problema é que não dizem diretamente, por isso você lê várias vezes a poesia e tem sua própria interpretação.

Não sou poeta.

Autor Desconhecido.

[ Esse cara que mora aqui dentro e me sopra essas coisas nunca me diz seu nome ]

sexta-feira, 5 de março de 2010

Para minhas contra-indicações, vide Bula.

Leticia Duns

quinta-feira, 4 de março de 2010

Vale Prêmio


Estou cansada disso tudo sabe!
Não encare isso como tristeza
Acho até que por estar alegre demais
É que cansei disso e mais nada.
É tanta coisa que você até se perde
Mas a questão é que
Todas essas coisas são tão iguais,
Não entendo por quê,
Alguém pode me explicar?
Tente, se conseguir
Te dou um prêmio
Mas tem que ter uma boa justificativa
Para descobrir o que se passa
Na vida de todos que te cercam
Para assim criar algum conceito que explique.
Então, se não consigo nem descobrir-me
Como posso adentrar a vida de alguém
E sair assim remexendo tudo?
Se conseguir me avise,
Não se alegre muito com o prêmio,
ele é singelo.
Vamos lá, tente, confio em você
Estarei aqui ansiosa em saber
Como conseguiu.

Leticia Duns

quarta-feira, 3 de março de 2010

Ausência

Galerinha, estarei um pouco ausente aqui (não totalmente), mas postarei com menos frequência. Pode deixar que toda semana terá post's novos mas em quantidades reduzida, estou na maior correria na faculdade, espero que entendam !

Até mais !

Beijoss

Leticia Alves

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A resposta é sim

Percebi que desperdicei todo o tempo que tinha para aprender o que gosto, não que não tenha tempo ainda para tal porém não será da mesma maneira.
Mesmo diante de ti (grande conhecedor do assunto), não dediquei-me o quanto devia.
Fato é que, estando longe do mestre é que reconhecemos sua sabedoria acima da média, mas falar sobre isso  não é o que interessa.
Você sabe o quanto é grande afinal muito provável é que seja lembrando sempre pelas pessoas que te gostam.
Isso não se dá somente pelo conhecimento que transmite e sim com o que vem embalado nisso tudo. Carisma inconfundível que só combina com teu nome, loucura agradável que não se tem procedentes em outros, alegria que contagia e tristesa que nos faz pensar.
Lembro-me de um episósio que me faz pensar que você é insubstituível (mesmo sabendo da força dessa palavra , insisto em afirmar).
Se bem me recordo, segunda feira, 1ª aula do período matutino (que assumidamente você sempre odiou), todos aguardando para ter uma aula viajante nas idéias  de "A Divina Comédia" e você simplesmente não chegava. Ah legal! Mais uma aula vaga no pátio da escola botando o assunto do final de semana em dia enquanto assistiamos o treinamento do time de handball, pensei.
Esbaforido, o ví subindo a rampa, se arrumando como se acabando de vestir a jaqueta jeans naquele dia um pouco friorento. Chegou na sala com um rosto de clara interrogação dizendo que havia saído atrasado de casa e que consequentemente esquecera de fazer algo que não sabia o que era.
Colocou a mochila sobre a mesa e começou a checar tudo o que havia nela. Livros, caderno de anotações etc e tal.
Nós todos observando sem entender o que era tão importante que ele tinha esquecido de fazer.
A sala de aula já estava começando uma bagunça característica que se faz quanto se está no primeiro ano do ensino médio, quando sem mais ele grita:
- Sabia que tinha esquecido alguma coisa. É lógico só poderia ser isso!
Todos se entreolham e por fim questionam o que seria.
- Esqueci de escovar os dentes!
Caímos na risada simplesmente por esse fato, mal sabendo o que estava por vir.
Ele retira então da mochila, pasta e escova de dentes e pasmem, começou a escovação dentro da sala de aula!
Inevitavelmente teria que atravessar a escola para chegar ao banheiro e, lá foi ele, escovando os dentes no meio das rampas com a boca cheia de espuma azul de pasta.
Foi muito engraçado!
Não sei se lembra disso e também não me lembro se o atraso e o episódio da pasta foram no mesmo dia mas o que quero dizer é que sinto falta dessa tua presença marcante mesmo nos dias em que estava de mal humor.
Essa história toda é para dizer que sim, você é o melhor e único mestre que tive e que não soube aproveitar. Não acho maneira de dizer o que quero mas espero que possa ser sim de todas as formas ( e que sejam  inimagináveis) e sei que nada disso é simples (como disse-me certa vez).
Por aqui fico neste simples relato que me faz recordar bons momentos na tua presença e espero que muitos venham!
Muito obrigado por existir e por ser quem és pois o tenho como referência e isso é uma grande satisfação.
Quero ser assim um dia, e sim, a resposta é sim se quer saber (acho que se recorda).

Leticia Duns. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

9 meses

Vou ter um filho e isso me basta.
Saber que esse que se gera em meu ventre
Será só meu e de mais ninguém já me convence.
Querer que saibam que minha vida é dele
E que tudo que farei refletirá sobre ele me contenta
Assim, deixarei de lado os erros desnecessários,
As aventuras reviradas e a vida desajeitada.
Meu pequeno, mexe-se dentro de mim.
Sinto tua falta aqui fora, mas quando sair
Sentirei tua falta aqui dentro.
Uma sintonia que não se sabe explicar
Uma ligação elementar
Uma sabedoria da natureza, entregou-o à mim.
Só para mim, minhas origens e somente minhas.
Ansiosamente esperarei para afagar seu rosto
E ver nele o meu e de mais ninguém.

Leticia Duns

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Não me impressione

Por falta do que falar, decidi que falarei assim mesmo, mesmo que bobagens desnecessárias, mesmo que só para impressionar, mesmo que um assunto que nem domino, até mesmo sobre quem não gosto...

Sim até mesmo de quem não gosto. Quem será o primeiro hipócrita a comentar que não se sente ódio ou rancor, ou até mesmo uma pequena porção de descontentamento com a presença de uma pessoa não muito agradável ao seu lado? Oras, quem disse que não se deve sentir tais coisas, mas por quê então esses tais sentimentos existem?

Mas na verdade isso é sim uma crítica, a todos aqueles que falam sem saber o que estão dizendo, para aqueles que tentam impressionar sem ter fundamentos no que está transmitindo, aqueles que só elogiam e que não enxergam nenhum defeito nas coisas, aos que nem sequer sabem que coisas boas da vida estão aí para ser desmentidas.

Bom acho melhor parar com esse papo todo e voltar a fazer minhas poesias, estou ficando meio neorótica com esse lance de questionamentos. Vou-me a ofiofagia que ganho mais... 

Leticia Duns

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

É Necessário Partir

É nessa hora que devemos abrir mão do grande amor da nossa vida para que se possa fazer feliz mesmo que não querendo, mesmo que longe ou perto, ainda mesmo que amando eternamente ou intensamente no instante alto do amor.

Não queria que essa hora marcasse em meu velho e incansável relógio de pulso, mas tudo insiste em me lembrar que não devo esquecer-me de você para que não se sofra por amores não resolvidos, mas sinceramente, queria que tivessem inventado algum tipo de lavagem cerebral que apagasse o que sentes, assim, sofreria eu sozinha pela perda do meu grande e único amor até então.

Mas insisto que as horas me apressam e vou aos seus embalos, insisto também em dizer que amo sem querer magoar, mas já deixando marcas profundas que sempre acabam em impressões incorretas.

Então, não vou, mas elas [as horas, invenção puramente desnecessária] me levam com algemas mesmo sem minha vontade e, quando percebo já estou tão longe que não consigo nem te sentir mais.

Essa falta de sentir é que dói apertadamente e que machuca mesmo sem lembrar-se de ti, pois por mais que tente arduamente, sua voz me vem à memória de súbito, e como não reconhecendo, fico neste estado de questionamento do que estaria sentindo enfim, se meu amor nem quer ser sentido.

Do que estaria sentindo enfim já que não sei como definir por si só o que o amor quer dizer, o que ele quer para mim e para você, em todos os casos provavelmente tal definição seria impossível, pois impossíveis são os amores como o nosso, mas somente a vista dos incrédulos, pois aos olhos do coração ele estará sempre vivo, aconteça o que acontecer.

Insisto por fim que se faz necessário partir, sem deixar meus vestígios em sua boca, em seu rosto, na sua roupa jogada sobre a cama, nos lençóis e travesseiros, na sua vida, na sua alma. Partir sem mesmo ter um dia existido.

Leticia Duns

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Somos Vários

Ela sentou-se em meu colo e não saiu mais
Começou a tricotar um suéter de lã amarela
E por horas ficou na mesma posição
Como se, temendo que qualquer movimento
Castigasse sua cansada coluna debilitada.
No mesmo instante ele chegou eufórico
Transex animado me puxando para a balada
E por tempo ficou dançando frenéticamente
Uma canção imaginária nem inventada.
De repente apareceu-me aquela figura
Fitava-me profundamente mas tímida,
Estava ali, sentada ao meu lado
Lendo um livro que não interessou-me saber qual.
Sem mais, à minha frente projetou-se a imagem
Uma moça anoréxica com semblante negro.
Notei que havia tropeçado num degrau
E com grande dificuldade tenteva levantar.
Com um olhar como se fora dessa cena
Comecei a observar.
A velha sobre meu clolo aconchegada;
O transex puxando-me categoricamente para a festa;
A nerd segurando meu braço com a mão direita
Enquanto sustentava o livro com a mão esquerda;
A moça doente e fragilizada caída ao chão
Segurando fracamente meus pés.
Dentre todos que ali estavam, tais prenderam-me
Mesmo diante de todos que demonstravam ligações comigo.
Os traços e contornos, as roupas e combinações,
Os gestos e olhares...
Tudo espelhava-me por todos os lados.
Acordei... Uma revolução dentro,
De gente querendo sair e mostrar-se
E outras querendo se ocultar sem culpas.
Nesta hora percebi que estava só
Com várias pessoas em mim,
Implorando unificação
Não quero e não queiram saber no que daria.

Leticia Duns

sábado, 20 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Minha paz na sua Guerra



Para encerrar essa semana com chave de ouro, esse lindo texto reflexivo... Bom final de semana a Todos !!!


Lamento, mas ter que dizer o que quer saber não me aliviará.
Desisto, ter que ouvir o que quer dizer só te machucará.
Então, serei surda e muda a essas questões.
Em vários outros casos posso fazer-me também demente, quem sabe.
Caso resolvido, não falo para continuarmos bem
E, não ouço para sua guerra continuar somente em ti.

Leticia Duns

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Pedinte de Amor

Pedinte de moedas pra saciar a sede de álcool
Pedinte de olhar pra acabar com a magia
Pedinte de toque pra sentir o arrepio
Pedinte de desejo pra lambuzar de sabor
Pedinte de amor pra sentir vida
Pedinte de consentimento pra sentir perdão
Pedinte de ti pra comprovar existência
Pedinte de milhares de beijos pra te ter aqui
Pedinte de fique pra não escapar nunca
Pedinte apenas de coisas que não se pede
Pedinte de tudo que se recebe instantâneo
Pedinte de algo que sempre espero
Pedinte de você que não quero
Pedinte de moedas pra saciar a sede de álcool
Apenas ele vai acabar com minha sede pedinte de ti
Pois me fará esquecer que antes pedinte foste
De meu mau amor
Não podendo nem ser denominado como amor em si
Pois quem pede sente falta
E a falta é a distância do amor.

Leticia Duns

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Querer o Dispensável.

Quando algo tem realmente importância, não nos preocupamos no preço que pagaremos para ter em nosso "poder". Imagine que você vai a uma livraria comprar aquele livro que tanto ouviu falar e que sabe que precisa ter, você abre a carteira e vê que só tem R$25,00 e justamente o que você quer custa R$50,00. O vendedor te indica um que dentro do valor que você tem possa agregar algo parecido ao livro que você queria e, ao final das contas você compra e, momentaneamente fica satisfeito pelo bom negócio. Aí você lê apenas o primeiro capítulo e percebe que foi a maior roubada ter comprado afinal, agora você não tem mais R$ 25,00 e nem o livro que queria, logo aquele vai para a famosa pilha de livros empoeirados no canto da estante pois, provavelmente você não lerá completamente. Você fica com um puta ódio do vendedor e resolve que quer matá-lo mas aí você para e pensa: Pobre coitado atrás de uma comissão mais gordinha no final do mês... É...Você percebe que o errado na história foi você mesmo.

No mês seguinte recebe seu salário e faz todas as economias necessárias. Consegue os R$ 50,00 e vai na mesma livraria para comprar o livro que você realmente queria. Chegando lá, encontra-o em uma super liquidação pelos mesmos R$ 25,00 que você gastou naquele livro de quinta categoria. No instante você fica com vontade de matar pela segunda vez o vendedor que percebendo sua indignação ri por dentro afinal, vai ganhar comissão em cima de você de novo pois você é apressado e como sempre come cru...

Mas tudo bem, restaram R$ 25,00 que você provavelmente vai gastar comprando um CD barato do De Leve que vem acompanhado da revista Cem Por Cento Skate apenas por que algum skatista amador falou para você que a música era boa e você resolveu comprar para ver qual é a desse cara... E realmente, você ouve o CD e vê que De Leve- De Love é uma porcaria que nem pode ser considerada como música de verdade.

Bom, mas você ainda tem R$ 15,00, vai até a banca de jornal e compra aquela revista que você tanto gosta e quando chega em casa, olha em cima da mesa e vê que sua esposa comprou a revista pois, no dia anterior você tinha pedido a ela e, não se lembrava pois, na verdade pensou que ela nem ía comprar mesmo afinal, ela quase sempre te julga pelos seus gostos e adora te provocar.

No fim de tudo, você lê o livro que você estava botanto uma puta expectativa e vê que é apenas mais um livro com as convicções de um cara que só pensa em si assim como você e, acaba se convencendo de que não é o único diferente no mundo. Oba, mais um na pilha empoeirada...

Nessa brincadeira perdeu R$ 75,00...

Pagou caro em coisas que não lhe tem importância...

Leticia Duns.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Meu Amor de Primeira Idade

Já não vejo mais idade
Para choramingar amores adolescentes,
Para morrer de ilusão,
Para correr tanto risco,
Se embrenhar numa paixão inconsequênte.
Não vejo idade, já voou.
Não existe mais a vontade
De se atirar do alto de uma ponte
Sem equipamentos de segurança
Matar e morrer por alguém.
Acho que amores vão e voltam,
Paixões marcam e fogem,
A perdição do olhar engana.
Os amores do início da idade são os verdadeiros,
O que vem depois é só vontade
Pesadamente disfarçada de amor.
Amor que tenho vontade de viver
Mas uma vontade verdadeira
Não aquela de segundos amores
Segundas paixões e segundos olhares
Aquele, simples e amplo,
Carinhoso e tímido da aurora do descobrimento.
Não sentirei mais isso tudo
Quer dizer, sentirei saudades
E nada mais.
Sinto o pesar dessas palavras,
Mas a realidade estampada é essa.
Meu amor de primeira idade.

Leticia Duns

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

De súbito, tudo sumiu, parece até que se evaporou.
Tão rápido que nem notou?
Ou tão moroso que já não fazia diferença?

Leticia Duns.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

As Vozes da Poesia

Por que "todo" poeta tem um quê de negrume e tristeza? Já me perguntei por diversas vezes o motivo das poesias mais significativas e tocantes serem regadas às tristezas e melancolia e, se não fossem feitas com tal ênfase não surtiriam o mesmo efeito.

Existem aqueles que apenas escrevem sem notar pelo estilo que estão seguindo, apenas deixando o Eu lírico falar, e quando percebem... Lá está a tal "deprê".

Mas podem levar em consideração que mesmo nesses casos, a verdade da poesia fala mais alto do que o autor quiz dizer. Nem sempre (e, na maioria dos casos), os relatos são vividos pelo escritor, são apenas imagens, fases, passos entre outros vistos por tal durante sua vida, então, a poesia por si só fala e toma o rumo que quer tomar, sem que tenhamos controle das palavras.

Escrevo por que gosto de escrever, não me importanto se soa triste ou alegre, se vai fazer chorar ou rir. Não quero de maneira alguma agradar a todos, e nem que fosse minha vontade conseguiria. Então vou colocando aqui a voz que a poesia sussura ao meu ouvido quando vem inesperada e me faz passar para o papel suas sandíces, eu tenho um contato magnífico com ela, somos amigas inseparáveis e por mais que não consiga relatar todas suas vozes pois as palavras são inexistentes, continuo me arriscando e escrevendo o que gosto.

Ora, isso é o que basta.

Leticia Duns

Rosas Fortes

Essa noite recebi flores
Intensas, rosas fortes
Vieram de onde precisava
Vieram de mim.
Flores que nasceram e brotaram
Apareceram e revigoraram.
Recebi flores que coloriram
Todo meu corpo, meu espírito
Não mais cinza.
Iluminaram o caminho
Descobriram o destino
Pela rua das flores segui.

Leticia Duns.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

UoU Que confusão...

Eu vi
Quer dizer,
Pensei que vi...
Ou Imaginei?
Sei lá !!!
Fiquei confusa...
Sei que vi e vejo,
Vejo no meu coração
Vejo na minha
Eu na tua
Acho que devo
Supostamente ter inventado...
Que seja inventado em mim !
Criei só para mim
E pronto !
Nada além disso interessa.

Leticia Duns

Equilíbrio na Cabeça.

Hoje andarei por aí, com um balde d'água na cabeça, tal qual as baianas que saem dos poços com água barrenta, para ver se assim consigo equilíbrio na cabeça. Hehehehehe...

Leticia Duns

Por Entre

É fácil me ver
Por entre as plantas sentada
É fácil me achar
Dentre cadeiras e mesas lotadas
Estarei lá
Todas as vezes que achar que é tarde,
Sempre que lembrar que vivo.
Notará por entre os azulejos do refeitório
No meio das mãos sem pares
Destacado sobre olhos pensantes
Dentro das bocas híbridas
E vozes ludibriantes
Facilmente me achará a te esperar,
Tão novo sonho me despertará.

Leticia Duns

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mãos

Admiro as pessoas
Em geral, todas com sua inteligência
Com sua maneira de ser.
Adoro observar o modo de falar
As palavras quando bem ditas
Vem da voz da alma.
Adoro ouvir e olhar a boca se mexer
Mesmo quando ouço sem palavras.
Quando a boca não diz,
Os olhos confessam
Eles são janelas para adentrar a alma
Fundir as essências, tornar real.
Mesmo quando a boca se cala,
Quando não se ouve sem palavras
E não se perde no olhar,
Os gestos das mãos revelam
Tudo aquilo que no íntimo contém.
As mãos se entregam, pegam, tocam
Transmitem com suavidade ou não
A vontade intríseca.
O formato das mãos, a beleza dos dedos
O tocar da palma.
As mãos fazem transparecer
As "malícias" da alma.

Leticia Duns

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Estrelas de amor, céu e mar

Imensidão azul do céu se perde no horizonte
Sua voz narra o aflorar daquele
O único lugar para o único reservado.
A música soa em todos os membros
Em todas as vibrações e energias 
Em tudo quanto se aproxima da voz
Mesmo quando longe do horizonte azul
De céu, mar e amor que implodem 
Estrelas nas cordas que ecoam 
E brotam crias que reproduzem
Dentro dela e fluem tranquilamente.

Leticia Duns

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Vai pegar seu prato !!!

Sempre que duas pessoas colocam a mesa
Alguma coisa falta...
Guardanapos, um copo, uma faca, a jarra de suco...
Sempre acontece quando
Uma confia que a outra está fazendo a conferência
E no fim, sempre alguém pede a faca
Alguém fica sem suco, alguém limpa a boca com a mão...
Pode notar, sempre vai faltar alguma coisa...
E as duas pessoas que arrumaram a mesa
Se entre olham e dizem que foi culpa da outra...
Coloquei a mesa com alguém e, esqueci os pratos
Logo não tinham onde colocar a refeição,
E acharam ruim quando eu disse que pegassem os pratos!
Ei você : Vai pegar seu prato...
É você mesmo, é isso aí, vai pegar seu prato, senão vai ficar sem heim...
Leticia Duns

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Casa

Uma força que me faz andar
. Sigo com a certeza estampada
. Meu desejo será realizado
. E você está na minha vida .
Não tem como fugir
. De uma verdade tão gritante
. Amar assim como a própria vida
. É unir sua vida em mim
. É a força da atração por ti
. Vou habitar aí
. Seu coração me atrai, me suga
. Guarde ele e cuide, se entregue à mim.
Leticia Duns