quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sol

Poema por Tiago Costa.

O Sol radiante
Em meus olhos
Vislumbra, hipnotiza, encanta

Seus raios intensos
Infiltram em meu ser
Trazendo o calor
Que tanto esperei

As vezes pego-me questionando
Será real?
Apenas um sonho?

Quero apenas sentir
Deixo as dúvidas e questionamentos
E aprecio o nascimento
Dessa luz que me faz sorrir.

Tiago Costa

sábado, 26 de junho de 2010

Artesanato- Minhas Criações

Olá queridos, hoje estarei aqui ao lado em Artesanato... Passem por lá, vale a pena dar uma espiada. Abaixo link.

Artesanato- Minhas Criações

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pés- Parte II


Rita anda em direção ao abismo entre morte e vida, Catarina a segura pela mão e a conduz para suas então certezas. Quer Marcelo, sente frio e o aperto no peito lhe prende a respiração. Mergulha em sua memória às vezes em que fitava os olhos de Marcelo e se perdia na cor opaca e sem brilho que transpassava além dela como se nada estivesse em sua frente. Pusera-se a pensar em remotas vezes em que vira brilho naquele olhar, espantara-se ao relembrar que apenas uma vez dentre inúmeras felicidades o identificara no ocular de Marcelo.

Sim, fora no dia de teu casamento, Catarina sempre observara ao longe as decisões tomadas pelo então jovem casal, e opusera-se a todas elas com fervor e entusiasmo. Acreditava que destino não existe e que ela poderia finalizar todo e qualquer indício de permanência eterna daquele e de outros matrimônios.

Lembra-se Rita que em seu dia de núpcias Marcelo depositara nela toda sua felicidade, assim como se a tivesse transferido como forma de mantê-la segura, para que não escapasse jamais. Foram felizes naquela noite. Juntos somente naquela noite.

Eu sempre quis roubar-lhe para ser em parcela, feliz. Rita nunca soube de minha essência e não conhece meu ser, mas Marcelo já sabia desde então minhas intenções e propósitos, lhe era bem claro os meus desejos e anseios.

Estou vendo Catarina, se aproxima de mim com ardência e pressa, noto sua insípida respiração ofegante. Zomba em meu ouvido sua força e comando voluntários. Aproxima-se cada vez mais e a sua velocidade aumenta. O gelo que me sobe até a nuca confirma que sua presença é impiedosa e desprovida de insegurança. Tem traçado seus planos a muito e não se opõe com a idéia de destruição familiar que poderá causar. Impulsiona minha bicicleta com singular força em direção a pista contrária e já não vejo mais nada. Somente a imagem nítida de Rita projeta-se em meu semblante e aos poucos escurece como se houvesse adentrado um vale de sombras.

Noite de 25 de julho de 1998

Todas as noites, mesmo nas quentes, acordava cerca de três vezes inclusive de madrugada para ir ao banheiro, beber água e olhar para os pés de meu marido. É certo que a ida ao banheiro e a sede repentina e costumeira era apenas um pretexto para observar seus pés. Sim, você pode pensar que sou daquelas admiradoras fanáticas por pés bonitos, mas, não era a razão de tal estranha observação.

Nesta noite não acordei, e dali em diante meus despertares não foram os mesmos. Ainda acho que estou dormindo, mas Catarina me lembra que não. Ela o levou e me levará também, ela sim é fascinada por pés e todas as noites vêm olhar os meus, os seus e de todos. Podem observar.

*Vem sem cheiro, sem sublevar, sem presença, mas nota-se.
Toma em suas garras de gélido abismo infindável
O suspiro absorto e ilusório que nos perpetua neste plano
Utopicamente caucionando alma desobstruída.


* Últimos versos extraídos do poema "Medo do Medo da Morte" de Leticia Duns.

Leticia Duns

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pés - Parte I


Todas as noites, mesmo nas quentes, acordava cerca de três vezes inclusive de madrugada para ir ao banheiro, beber água e olhar para os pés de meu marido. É certo que a ida ao banheiro e a sede repentina e costumeira era apenas um pretexto para observar seus pés. Sim, você pode pensar que sou daquelas admiradoras fanáticas por pés bonitos, mas, não era a razão de tal estranha observação.

Agora quem vos fala é Catarina, à frente apresentarei-me.

Marcelo homem dedicado que é, sempre acorda antes mesmo do galo cantar, faz seus afazeres domésticos juntamente com sua esposa e sai para a vida. Cuida da chácara do Sr. Rubens a dois anos e meio e tem uma ótima relação com seus vizinhos afinal os amigos ocupam-lhe o espaço onde fica a saudade de sua família (mãe, pai e irmãos) que estão longe a algum tempo.

Vida corrida de capinagem, plantação e vigia, volta para dentro de casa somente à noite onde sua esposa lhe aguarda para o jantar, depois conversam sobre a quietude do lugar em que não se acostumaram a residir ainda e, depois de longo papo regados a risos e carinhos vão dormir afinal, o galo canta mais cedo que o habitual naquele lugar.

Manhã de 26 de julho de 1998.

Rita sempre acorda primeiro que Marcelo, é certo que ele não sabe de suas preocupações, ela não transparece o medo de ter o marido longe, ele é totalmente necessário a ela em todos os sentidos, em seus sentimentos criou um laço de ligação tão forte como se suas almas fossem interligadas e fundidas a milhões de anos. Mas esse é um assunto em que raramente é comentado em suas conversas, afinal Marcelo é descrente de tudo que não pode ver.

Como é de costume, ele acorda cedo e faz o café preto que lhe mantém acordado durante o dia todo. Ela acorda e vai até a padaria de esquina comprar pão. Tomam café tranqüilos e conversam sobre o que vão fazer durante o dia.

Marcelo pega sua bicicleta e vai até o depósito de materiais de construção no centro da cidade comprar parafusos para arrumar um velho armário na casa do Sr. Rubens.

Ao passar pela porta para acompanhar com o olhar o marido indo em direção a porteira da chácara, Rita sente um leve e suave sopro no pescoço que a faz certificar-se de que está sozinha em casa. Surge então uma sensação de que Marcelo esqueceu alguma coisa em casa antes de sair. Começa a procurar pelos cômodos algo que ele pudesse ter deixado para traz. Não encontra nada, ainda assim aquele sentimento de esquecimento a apavora de tal maneira que a obriga a correr até a entrada da chácara, olha para todas as direções e perde o olhar na estrada de terra que segue longe onde não se pode ver fim de onde está.

Rita ouve uma voz susurrar-lhe ao ouvido: - Marcelo esqueceu você...

Marcelo esqueceu Rita. Não a levou com ele, deixou-a em casa para receber as notícias. Alguém precisava recebê-las.

Sentada na porta de casa ficou esperando o marido chegar para o almoço. Uma, Duas, Três horas, Marcelo não volta para casa, e Rita está convicta de que ele a esqueceu. Não sabe qual passo dar afinal sua necessidade dele gritava e estagnava suas ações.

Eu Catarina, fico a observar este olhar perdido e esperançoso de Rita e machuco seus sentimentos com a incerteza. Não tenho remorso por estas e outras atitudes afinal sou dona de seu destino e não obstante, de seu marido também.

Ao levantar-se da velha cadeira em frente a casa, Rita nota uma pessoa correndo desesperada em sua direção ofegante e engasgada com palavras que precisavam ser ditas de imediato. Naquele momento tomei por corpo tal pessoa e lancei aos ouvidos de Rita as notícias inesperadas.

Alma de Marcelo desprendera-se do corpo no momento em que corria a travessia da ponte principal da cidade em direção ao centro. Sua bicicleta inclinara involuntariamente para a direita onde um caminhão tomava destino contrário ao seu. Sim, fora atropelado, não se despediu de Rita, foi embora sem ela.

Aguardem Segunda Parte.
 
Leticia Duns

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Reabertura Blog em 16/06/2010

Queridos leitores...

Na quarta Feira (16/06/2010) voltarei a postar aqui no Descobrindo depois de sua total reforma.
Não percam, inauguração da nova arte de abertura feita especialmente para essa nova fase e pensada em todos os aspectos para trazer boas energias aos leitores.
Enquanto isso, uma prévia da arte está aí acima apenas para deixá-los curiosos...

Arte de abertura: Tiago Costa

Beijos e até quarta !

Leticia Duns.