sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Estrelas de amor, céu e mar

Imensidão azul do céu se perde no horizonte
Sua voz narra o aflorar daquele
O único lugar para o único reservado.
A música soa em todos os membros
Em todas as vibrações e energias 
Em tudo quanto se aproxima da voz
Mesmo quando longe do horizonte azul
De céu, mar e amor que implodem 
Estrelas nas cordas que ecoam 
E brotam crias que reproduzem
Dentro dela e fluem tranquilamente.

Leticia Duns

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Vai pegar seu prato !!!

Sempre que duas pessoas colocam a mesa
Alguma coisa falta...
Guardanapos, um copo, uma faca, a jarra de suco...
Sempre acontece quando
Uma confia que a outra está fazendo a conferência
E no fim, sempre alguém pede a faca
Alguém fica sem suco, alguém limpa a boca com a mão...
Pode notar, sempre vai faltar alguma coisa...
E as duas pessoas que arrumaram a mesa
Se entre olham e dizem que foi culpa da outra...
Coloquei a mesa com alguém e, esqueci os pratos
Logo não tinham onde colocar a refeição,
E acharam ruim quando eu disse que pegassem os pratos!
Ei você : Vai pegar seu prato...
É você mesmo, é isso aí, vai pegar seu prato, senão vai ficar sem heim...
Leticia Duns

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Casa

Uma força que me faz andar
. Sigo com a certeza estampada
. Meu desejo será realizado
. E você está na minha vida .
Não tem como fugir
. De uma verdade tão gritante
. Amar assim como a própria vida
. É unir sua vida em mim
. É a força da atração por ti
. Vou habitar aí
. Seu coração me atrai, me suga
. Guarde ele e cuide, se entregue à mim.
Leticia Duns

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Paz Octaviana

Ela se restaurou
Passou a toda minha essência
Habita dentro de mim
Mais alegre e radiante do que nunca
Não sei explicar com detalhes e fundamentos
O que sinto quando ela está dentro de mim,
Depois que ela se restaurou
Sinto-a tão intensa, Octaviana
Paz tão procurada
Estava dentro de mim todo o tempo.
Leticia Duns

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ou Eu

Para aqueles que sofrem de labirintite... hehehehe.
.
Aquela caixa caiu no chão, ou eu?
O mundo girando, ou eu?
O chão estremecendo, ou eu?
O ar dissipando, ou eu?
O céu escurecendo, ou eu?
As vozes calando, ou eu?
Todos morreram, ou eu?
Leticia Duns.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Meu amor

Deserto solitário de dunas moventes
Correndo atrás de tu, Mar
Que tão impenetrante sustenta
Sua beleza e segurança radiante.
Fogo ardente de desejo por tir a procura,
Água tranquila e prudente.
Chão pisado e marcado, sofrido e imundo
Quer voar para teu lado
Oh, Céu intocável reluzente
De ar apaixonante.
Morte suplica e humilha-se diante de ti,
Vida mais que forte e implacável.
Deleite inimaginável.
Leticia Duns

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Chá de camomila, Toque de lavanda

Adentrou a porta aberta da cozinha
Hipnotizou-me, enfeitiçou-me
Seu cheiro que veio em busca do cheiro
De meu chá noturno de camomila,
Misturado ao meu perfume de lavanda
Pediu-me com com um olhar
Que impediu-me negativas
Uma xícara do cheiroso chá
Com meu toque de lavanda
Na condição de apreciar primeiramente
A doce fragrância de meu perfume.
O chá perdeu seu cheiro
Mas levou consigo o meu...
Lavanda em todo o seu corpo.
Leticia Duns

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Novos Votos

Minha felicidade é contigo
Na alegria e na tristeza,
Na saúde e na doença,
Na riqueza e na pobreza,
Até que a morte nos separe
Amém.
A puta que pariu que nos separe
Que história mesquinha é essa?
Hoje vocês são felizes
São tudo um para o outro
Matam e morrem pelo amor,
Amanhã ele te dá um soco na cara
E te chama de inútil
E ainda assim
É somente a morte quem separará?
Vá a merda !!!
Quem vai separar sou eu mesma
E tenho dito.
E nos próximos votos de casamento
Jurarei
Selo contigo minha liberdade
Não divido-a com ninguém
E que dure o tempo necessário
Até que eu nos separe
Sempre, amém.
Leticia Duns

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Vontade de ter

.
Mar para navegar sobre crises
Céu para flutuar imaginação
Àrvore para brotar inteligência
Fogo para marcar passagem
Mãe para ter origens
Filho para se transferir
Vento para soprar presságios
Mãos para tocar o interior
Boca para comer sentimentos
Palavras para definir quem é.
Leticia Duns

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Miséria de um lugar chamado Brasil

Dia chuvoso, garoa fina e gelada
Uma mulher aparentemente com 40 anos
Em pé envolta em um cobertor azul
Ao lado o companheiro inseparável
Um amável cachorro.
Estavam na mesma situação.
Ao redor, muito papel espalhado
Comida remexida no chão
Provavelmente do dia anterior
Que alguém fez a caridade de doar.
Uma cena deplorável da miséria humana.
Um olhar perdido no horizonte
Pedindo ajuda, pedindo socorro !!!
Notável era sua mente contundida
Perdera o limite entre a loucura e a lúcidez
Oscilava entre ambos.
Nun instante saiu do transe em que se encontrava
Com fome, alimentou-se da comida
Qua amanhecida estava
E sobretudo, fuçada pelo seu companheiro.
Agia como se nada mais importasse
Já passara e ainda passava
Por situações piores, inimagináveis.
Descalça agora caminha
Sempre na companhia
De seu único amigo inseparável
Ou, pelo menos enquanto tiver
Restos de comida estragada para lhe oferecer.
O cachorro, a mulher...
Comparação estarrecedora.
Leticia Duns
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Para uma breve análise:
.
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O bicho
.
Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa;
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade. O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato. O bicho, meu Deus,
era um homem.
Manuel Bandeira

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Rascunho Conto "A varanda"

O mundo lá fora estava alegre e agitado. As crianças tomando banho de mangueira descalças sob o asfalto quente do sol e fazendo o maior carnaval, homens bebendo cerveja já com várias garrafas vazias sobre o chão e conversando, melhor dizendo, gritando sobre futebol e às vezes sobre mulheres, não havia nenhum campeonato sendo disputado já que estamos em janeiro porém, esse era o único assunto que cabia ao momento. Haviam também algumas mulheres reunidas nos portões das casas, estavam conversando e rindo enquanto olhavam suas crianças que corriam do jato d'àgua que as perseguia.
Ana observava da varanda de sua casa toda essa movimentação, mas seus olhos viam e não registravam os acontecimentos, estava longe, além do que via em milhares de quilometros à sua frente.
As pessoa passavam na rua rumo a lugares de seu interesse e, Ana continuava a imaginar imóvel naquela varanda gélida. Não sentia mais frio e nem se incomodava com o vento que bagunçava-lhe os cabelos.
Era fim de tarde, o sol despediu-se e a lua entrou sem comprimentá-la. Tudo bem, pensava Ana e, por longas horas contemplou-a já que a movimentação na rua cessara. Não estava preocupada com quem a observava daquela maneira e nem com que horas eram pois, estava acabado.
Tudo estava acabado, ela não podia acreditar que seu túmulo seria aquele e nem que ficaria a contemplar pela eternidade o despertar do gentil sol radiante e o nascer da luta de luto por ela. contentava-se contudo por ao menos ter isso pois nunca tivera nada.
Com nada nasceu e, sem nada Ana morre...
Morre aos poucos na sua varanda observando os outros viverem pois não tem mais forças para viver.
Leticia Duns

domingo, 3 de janeiro de 2010

Beijo doce fervente

Lancei minha lingua no céu
Cheio de estrelas luminadas
Esrosquei-a na sua
Calei tua boca de palavras desnecessárias
Devorei este gosto só seu
Desvairei nele
Somente neste beijo
Gritei sua voz na minha
Saboreei nele sua vida
Vivi-a na minha neste instante
Senti que nunca mais o sentiria
Por isso lágrimas rolaram inevitavelmente
Cada vez que lembro
do beijo doce fervente
Toco seus lábios novamente
Basta para uma simples sonhadora...
A lembrança basta.
Leticia Duns

Reflexão

Naquele café point como chamavamos, pedi a Luigi que revelasse o que diziam as linhas da palma de minha mão pois ele denominava-se mestre em linhas do destino, no seu desvendar.
.
-Oh ! Não pode ser... Disse Luigi com notável espanto no semblante.
.
Estava ansiosa pois queria saber qual o próximo passo a dar em minha vida e, isso dependia dessa revelação.
Não muito obstante fiquei no aguardo.
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- Nada... Seguiu Luigi em sua previsão.
- Não existe destino para ti traçado. Triste destino que o destino lhe traçou. Afirmou tomando um gole de cappuccino.
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Levantando- me disse: - Boa notícia amigo, comprova-se assim que quem escreve o destino somos nós e, eu não resolvi o meu ainda.
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A revolução nasce da vontade e não do medo do futuro.
Leticia Duns

sábado, 2 de janeiro de 2010

Peso sobre Papéis

Uma pilha de papéis rascunhados
Sobre eles um pesinho
Impedindo-os de voar e espalhar pela casa.
Uma vida também rascunhada ainda
Sobre ela não um pesinho
E sim um enorme peso imóvel
Impedindo o voar das idéias
E o espalhar da doce alegria de viver.
O peso na vida não sou eu
Eu sou a vida, o doce amanhecer
E a explosão eufórica do desvendar.
O peso não sei quem
insiste em esmagar e prender.
Continuo lutando e vencendo
Pois sou mais forte e implacavel que o peso
Até quando assim serei?
Até quando poderei suportar?
Até quando eu tiver essa vontade incontida
Dentro de mim
Ora, ela é enorme então, por enquanto
Não me preocuparei com o peso sobre os papéis.
Leticia Duns

Atos Marcados

Observando de longe e com dificuldades em acreditar viu o inevitável, estava no lugar certo mas na hora errada já que, não queria vivenciar aquela lastimável cena. Por um instante lançou ao seu subconsciente a idéia ilusórica do acontecido, como se apenas houvesse sido enganada pela imaginação porém, tudo era real demais para enganar-se dessa maneira.
Rodeou as comodos por entre a mobília daquele velho casebre no qual encontrava-se a alguns dias que paralisados pareciam estar, mas não se preocupara em averiguar os motivos desse pensamento. Sentia-se insana assim como os habitantes de hospícios, mas era somente naquele lugar que ficava atormenteda daquela forma, tinha para si que estava realmente desvairada ou então mantida sob efeito de entorpecentes que tranquilizavam esse súbitos atos e crises e a confortavam do que havia visto.
Como dizem, o que os olhos não vêem o coração não sente e, sentia a verdade dessa expressão no dado momento, mas não era o coração que sentia e nem foram os seus olhos que viram, as sensações agora vividas eram novas demais e não sabia as descrever, mesmo sabendo, não seriamos capazes de senti-las e entendê-las.
Sentiu tão profundamente essa verdade àcida que queimava-lhe a alma levitada.
Alma levitada...
De súbito imersa em seus pensamentos percebeu que sentia-se leve, viu que voava e seus pés nem por vontade tocavam o chão mal conservado do antigo casarão.
Movendo-se com rapidez para o exterior da casa, passou através de uma janela com vidros quebrados bruscamente e, chegando ao jardim deparou-se com exímio pavor seu inerte corpo debruçado sobre as flores.
Não entendia como involuntariamente havia arremessado-se, não haviam motivos para aquele ocorrido. O corpo estava distribuído de forma a entender que os movimentos durante a queda demosntravam arrependimento dos atos. Arrependimento tardio.
A alma sobre o corpo desfalecido chorou por longas horas lágrimas de vida, lagrimas de dor, lágrimas que tentavam reanimar a vítima.
Tarde demais, perdera-se no mundo das sombras, vagamente recobra lembranças daquele dia.
Em outro templo hoje vive, triste sina que o aguarda e assim será pela eternidade...
Marcas eternidade afora.
Eternidade afora.
Afora...
Leticia Duns

Deixei a essência

Andando deixei minhas pegadas
torci para você segui-las
Assim você salvaria o pouco que sobrou de mim
Juro que esperei um tempo
Olhei para tráz, vi as pegadas
De um fantasma ambulante
Mas você não estava lá
Melhor dizendo, você nunca esteve de verdade.
Eu sei não é culpa sua
Mas pelo menos dessa vez
Minha esperança estava depositada em ti.
Tudo bem... Continuo o caminho
Não piso mais no chão,
Para falar a verdade não me sinto mais
Estou exausta de andar porém
Não vejo mais minhas pegadas...
Não quero vê-las
Sei que elas nunca existiram
O fim da minha existência ficou assim
Sem pegadas, sem marcas, sem mágoas...
No fundo sei que nunca existi.
Não queira achar-me mais...
Deixei minha essencia por aqui
Onde estou não necessito disso...
Leticia Duns

Sou Sol enquanto Lua

O céu alaranjado do fim de tarde...
Dormiu o sol.
A noite lúgrube e intensa com as estrelas...
Acorda a lua.
Dormi para tu acordar
Não acordarei por longo tempo
Não quero tu dormindo por enquanto
Pois quando nascer o inverso
Ficarei acordada para sempre
Nos meus tons laranja radiante
Espalharei a todos: Sou o Sol...
Enquanto estou num sonho profundo
Aproveite...
Em breve será tu a lua solitária
Em meio a milhares de estrelas brilhantes
Tu a lua esquecida na escuridão.
Leticia Duns

Ou é

Desta vez o que foi é
E sempre será
Não consegue entender
Por que você ainda não é.
Hoje sou assim
As circunstâncias levarão
a não ser,
E daqui para frente quem serei,
Quem será...
Agora o que foi não é
E um dia será
Então seremos mar e onda
No infinito azul,
Azul de vida sem explorar.
Letcia Duns