terça-feira, 27 de julho de 2010

E o tempo parou

E o tempo parou
E as coisas aconteceram
E as pessoas repararam
Que na verdade a vida parou.
Parou na rotina do fazer por fazer
Na tristeza de errar sem aprender
Na dor da contrição sem se arrepender
Na angústia de falar por falar.
É a vida parou
Ninguém fez nada para alterar
Nínguém quiz mudar
Ninguém se preocupou.
É a vida está parada.
Até que vejamos nosso verdadeiro ser
E reparamos nosso verdadeiro valor
E encontremos nas atitudes
A corda para o relógio da vida.
Seja você a fazer o diferencial
Não pela inercia do tempo dos outros
Mas pela vitalidade do seu tempo
Faça o ritmo da sua vida.

Leticia Duns

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Aquela criança



Tirei inspiração das pessoas na rua
Suas atitudes, suas maneiras
Observei o modo de caminhar
De falar ao telefone, de correr para pegar o ônibus
No meio de tanta observação
Um sorriso ofuscou meu olhar
Aquela criança trazia consigo
O sonho de tudo melhorar
Num gesto simples quiz capturar sua esperança
E transpassar para mim
Somente consegui imobilizar
Este momento aqui
E lembro da aurora da minha meninice
Quando tive esperança
Mas tornei-me adulto incrédulo
Pois conheci a vida, corrompeu a magia
Que tinha como aquela criança.

Leticia Duns

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sem definição


A verdade é que o amor não cabe somente em mim,
não cabe somente em ti,
Não cabe a ninguém que seja denominado ser humano.
Ninguém pode senti-lo em todas suas propriedades
e quem disser que pode
Estará traindo seus princípios e sentimentos mais variados
Indo propriamente contra o que é o amor em si.

Leticia Duns

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Não há crime


Tive uma idéia
Como sempre digo: miraculosa
Vamos sair sem se preocupar com a volta?
Não quero negativas
Aceite a proposta
Vamos simplesmente caminhar à toa?
A luz da lua a iluminar
O que não terminará,
Espero que não, pelo menos agora
Pare de besteira
Venha, desenvolva comigo essa idéia
Não quero saber as consequências
Não pense no depois
Venha comigo agora
Não haverá testemunha
E sem elas não há crime
Comigo, nunca tenha medo.
Leticia Duns

terça-feira, 13 de julho de 2010

Cabeça Viajante

Tento desta vez expor sentimentos vagos
Que viajam na minha cabeça
Como borboletas livres
Tão livres que fogem ao tentar colocar no papel

Por isso me sinto tão solta
Não vou me prender à belas palavras
Nem preocupar-me se soam bem
Apenas serão eu e meus pensamentos

E aí do outro lado
Um bom leitor entenderá minhas entre linhas
Meus por quês
E sentirá à flor da pele meu prazer de escrever.

Leticia Duns

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Jardim Solitário

Flor corroída
Ácido vento que lhe soprou
Pétalas incompletas
Terra que veneno brotou
Folhas com vísceras
Chuva não levou
Orvalho pairado
Nem de ti cessou
Jardim solitário
Flor corroída sobrou
Leticia Duns

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Acordei Assim

Uma saudades que apertou e lhe gritou
Chamou e te procurou ao meu lado na cama,
Não estava...
Saudades que sentiu-se repentinamente abraçada
E por ti acariciada
Tocada pelos apaixonantes beijos
Delicada mão ao rosto.

Percebeu que nada mais que sonho
Lhe era aquele momento
Imaginando algo que nem ocorrera
Mas em breve lhe virá
Paixão sonhadora
Então nas nuvens de teu corpo instalou-se
E ao acordar continuou sonhando,
Realizada de seus desejos.

É, essa noite foi assim,
Com você abraçada dormi
Com você ao meu lado acordei,
Um beijo doce...
E apertadamente,
Envolveu-me em seus braços
E percebi que acordada estando,
Esse sonho me faz amar sem dimensões.

Leticia Duns