quarta-feira, 24 de março de 2010

Alma sem definição

Sou assim
Vermelho e azul
Sangue e alma
Doença e remédio
Água e chamas
Dor e paixão.

Sou assim
Navegante em águas toldadas
Andante em ruas frívolas
Pedinte de vontades tenebrosas
Voadora em céu rematado
Nome sem raízes.

Sou assim
Espírito embalado em corpo
Mãos tocando abismos
Beijos em lábios desconhecidos
Verbo pescando saudades.

Sou assim
Rosto ignorado no espelho
Casa habitada por estranhos
Portas abertas para lugar algum
Janelas flutuando no ar.

Simplesmente Sou Assim.

Leticia Duns

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindo!!
Rosto ignorado no espelho... Casa habitada por estranhos...

E nós mesmos somos estes estranhos, por muitas vezes!

Parabéns. Linda poesia!
Débora Andrade