domingo, 28 de fevereiro de 2010

A resposta é sim

Percebi que desperdicei todo o tempo que tinha para aprender o que gosto, não que não tenha tempo ainda para tal porém não será da mesma maneira.
Mesmo diante de ti (grande conhecedor do assunto), não dediquei-me o quanto devia.
Fato é que, estando longe do mestre é que reconhecemos sua sabedoria acima da média, mas falar sobre isso  não é o que interessa.
Você sabe o quanto é grande afinal muito provável é que seja lembrando sempre pelas pessoas que te gostam.
Isso não se dá somente pelo conhecimento que transmite e sim com o que vem embalado nisso tudo. Carisma inconfundível que só combina com teu nome, loucura agradável que não se tem procedentes em outros, alegria que contagia e tristesa que nos faz pensar.
Lembro-me de um episósio que me faz pensar que você é insubstituível (mesmo sabendo da força dessa palavra , insisto em afirmar).
Se bem me recordo, segunda feira, 1ª aula do período matutino (que assumidamente você sempre odiou), todos aguardando para ter uma aula viajante nas idéias  de "A Divina Comédia" e você simplesmente não chegava. Ah legal! Mais uma aula vaga no pátio da escola botando o assunto do final de semana em dia enquanto assistiamos o treinamento do time de handball, pensei.
Esbaforido, o ví subindo a rampa, se arrumando como se acabando de vestir a jaqueta jeans naquele dia um pouco friorento. Chegou na sala com um rosto de clara interrogação dizendo que havia saído atrasado de casa e que consequentemente esquecera de fazer algo que não sabia o que era.
Colocou a mochila sobre a mesa e começou a checar tudo o que havia nela. Livros, caderno de anotações etc e tal.
Nós todos observando sem entender o que era tão importante que ele tinha esquecido de fazer.
A sala de aula já estava começando uma bagunça característica que se faz quanto se está no primeiro ano do ensino médio, quando sem mais ele grita:
- Sabia que tinha esquecido alguma coisa. É lógico só poderia ser isso!
Todos se entreolham e por fim questionam o que seria.
- Esqueci de escovar os dentes!
Caímos na risada simplesmente por esse fato, mal sabendo o que estava por vir.
Ele retira então da mochila, pasta e escova de dentes e pasmem, começou a escovação dentro da sala de aula!
Inevitavelmente teria que atravessar a escola para chegar ao banheiro e, lá foi ele, escovando os dentes no meio das rampas com a boca cheia de espuma azul de pasta.
Foi muito engraçado!
Não sei se lembra disso e também não me lembro se o atraso e o episódio da pasta foram no mesmo dia mas o que quero dizer é que sinto falta dessa tua presença marcante mesmo nos dias em que estava de mal humor.
Essa história toda é para dizer que sim, você é o melhor e único mestre que tive e que não soube aproveitar. Não acho maneira de dizer o que quero mas espero que possa ser sim de todas as formas ( e que sejam  inimagináveis) e sei que nada disso é simples (como disse-me certa vez).
Por aqui fico neste simples relato que me faz recordar bons momentos na tua presença e espero que muitos venham!
Muito obrigado por existir e por ser quem és pois o tenho como referência e isso é uma grande satisfação.
Quero ser assim um dia, e sim, a resposta é sim se quer saber (acho que se recorda).

Leticia Duns. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

9 meses

Vou ter um filho e isso me basta.
Saber que esse que se gera em meu ventre
Será só meu e de mais ninguém já me convence.
Querer que saibam que minha vida é dele
E que tudo que farei refletirá sobre ele me contenta
Assim, deixarei de lado os erros desnecessários,
As aventuras reviradas e a vida desajeitada.
Meu pequeno, mexe-se dentro de mim.
Sinto tua falta aqui fora, mas quando sair
Sentirei tua falta aqui dentro.
Uma sintonia que não se sabe explicar
Uma ligação elementar
Uma sabedoria da natureza, entregou-o à mim.
Só para mim, minhas origens e somente minhas.
Ansiosamente esperarei para afagar seu rosto
E ver nele o meu e de mais ninguém.

Leticia Duns

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Não me impressione

Por falta do que falar, decidi que falarei assim mesmo, mesmo que bobagens desnecessárias, mesmo que só para impressionar, mesmo que um assunto que nem domino, até mesmo sobre quem não gosto...

Sim até mesmo de quem não gosto. Quem será o primeiro hipócrita a comentar que não se sente ódio ou rancor, ou até mesmo uma pequena porção de descontentamento com a presença de uma pessoa não muito agradável ao seu lado? Oras, quem disse que não se deve sentir tais coisas, mas por quê então esses tais sentimentos existem?

Mas na verdade isso é sim uma crítica, a todos aqueles que falam sem saber o que estão dizendo, para aqueles que tentam impressionar sem ter fundamentos no que está transmitindo, aqueles que só elogiam e que não enxergam nenhum defeito nas coisas, aos que nem sequer sabem que coisas boas da vida estão aí para ser desmentidas.

Bom acho melhor parar com esse papo todo e voltar a fazer minhas poesias, estou ficando meio neorótica com esse lance de questionamentos. Vou-me a ofiofagia que ganho mais... 

Leticia Duns

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

É Necessário Partir

É nessa hora que devemos abrir mão do grande amor da nossa vida para que se possa fazer feliz mesmo que não querendo, mesmo que longe ou perto, ainda mesmo que amando eternamente ou intensamente no instante alto do amor.

Não queria que essa hora marcasse em meu velho e incansável relógio de pulso, mas tudo insiste em me lembrar que não devo esquecer-me de você para que não se sofra por amores não resolvidos, mas sinceramente, queria que tivessem inventado algum tipo de lavagem cerebral que apagasse o que sentes, assim, sofreria eu sozinha pela perda do meu grande e único amor até então.

Mas insisto que as horas me apressam e vou aos seus embalos, insisto também em dizer que amo sem querer magoar, mas já deixando marcas profundas que sempre acabam em impressões incorretas.

Então, não vou, mas elas [as horas, invenção puramente desnecessária] me levam com algemas mesmo sem minha vontade e, quando percebo já estou tão longe que não consigo nem te sentir mais.

Essa falta de sentir é que dói apertadamente e que machuca mesmo sem lembrar-se de ti, pois por mais que tente arduamente, sua voz me vem à memória de súbito, e como não reconhecendo, fico neste estado de questionamento do que estaria sentindo enfim, se meu amor nem quer ser sentido.

Do que estaria sentindo enfim já que não sei como definir por si só o que o amor quer dizer, o que ele quer para mim e para você, em todos os casos provavelmente tal definição seria impossível, pois impossíveis são os amores como o nosso, mas somente a vista dos incrédulos, pois aos olhos do coração ele estará sempre vivo, aconteça o que acontecer.

Insisto por fim que se faz necessário partir, sem deixar meus vestígios em sua boca, em seu rosto, na sua roupa jogada sobre a cama, nos lençóis e travesseiros, na sua vida, na sua alma. Partir sem mesmo ter um dia existido.

Leticia Duns

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Somos Vários

Ela sentou-se em meu colo e não saiu mais
Começou a tricotar um suéter de lã amarela
E por horas ficou na mesma posição
Como se, temendo que qualquer movimento
Castigasse sua cansada coluna debilitada.
No mesmo instante ele chegou eufórico
Transex animado me puxando para a balada
E por tempo ficou dançando frenéticamente
Uma canção imaginária nem inventada.
De repente apareceu-me aquela figura
Fitava-me profundamente mas tímida,
Estava ali, sentada ao meu lado
Lendo um livro que não interessou-me saber qual.
Sem mais, à minha frente projetou-se a imagem
Uma moça anoréxica com semblante negro.
Notei que havia tropeçado num degrau
E com grande dificuldade tenteva levantar.
Com um olhar como se fora dessa cena
Comecei a observar.
A velha sobre meu clolo aconchegada;
O transex puxando-me categoricamente para a festa;
A nerd segurando meu braço com a mão direita
Enquanto sustentava o livro com a mão esquerda;
A moça doente e fragilizada caída ao chão
Segurando fracamente meus pés.
Dentre todos que ali estavam, tais prenderam-me
Mesmo diante de todos que demonstravam ligações comigo.
Os traços e contornos, as roupas e combinações,
Os gestos e olhares...
Tudo espelhava-me por todos os lados.
Acordei... Uma revolução dentro,
De gente querendo sair e mostrar-se
E outras querendo se ocultar sem culpas.
Nesta hora percebi que estava só
Com várias pessoas em mim,
Implorando unificação
Não quero e não queiram saber no que daria.

Leticia Duns

sábado, 20 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Minha paz na sua Guerra



Para encerrar essa semana com chave de ouro, esse lindo texto reflexivo... Bom final de semana a Todos !!!


Lamento, mas ter que dizer o que quer saber não me aliviará.
Desisto, ter que ouvir o que quer dizer só te machucará.
Então, serei surda e muda a essas questões.
Em vários outros casos posso fazer-me também demente, quem sabe.
Caso resolvido, não falo para continuarmos bem
E, não ouço para sua guerra continuar somente em ti.

Leticia Duns

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Pedinte de Amor

Pedinte de moedas pra saciar a sede de álcool
Pedinte de olhar pra acabar com a magia
Pedinte de toque pra sentir o arrepio
Pedinte de desejo pra lambuzar de sabor
Pedinte de amor pra sentir vida
Pedinte de consentimento pra sentir perdão
Pedinte de ti pra comprovar existência
Pedinte de milhares de beijos pra te ter aqui
Pedinte de fique pra não escapar nunca
Pedinte apenas de coisas que não se pede
Pedinte de tudo que se recebe instantâneo
Pedinte de algo que sempre espero
Pedinte de você que não quero
Pedinte de moedas pra saciar a sede de álcool
Apenas ele vai acabar com minha sede pedinte de ti
Pois me fará esquecer que antes pedinte foste
De meu mau amor
Não podendo nem ser denominado como amor em si
Pois quem pede sente falta
E a falta é a distância do amor.

Leticia Duns

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Querer o Dispensável.

Quando algo tem realmente importância, não nos preocupamos no preço que pagaremos para ter em nosso "poder". Imagine que você vai a uma livraria comprar aquele livro que tanto ouviu falar e que sabe que precisa ter, você abre a carteira e vê que só tem R$25,00 e justamente o que você quer custa R$50,00. O vendedor te indica um que dentro do valor que você tem possa agregar algo parecido ao livro que você queria e, ao final das contas você compra e, momentaneamente fica satisfeito pelo bom negócio. Aí você lê apenas o primeiro capítulo e percebe que foi a maior roubada ter comprado afinal, agora você não tem mais R$ 25,00 e nem o livro que queria, logo aquele vai para a famosa pilha de livros empoeirados no canto da estante pois, provavelmente você não lerá completamente. Você fica com um puta ódio do vendedor e resolve que quer matá-lo mas aí você para e pensa: Pobre coitado atrás de uma comissão mais gordinha no final do mês... É...Você percebe que o errado na história foi você mesmo.

No mês seguinte recebe seu salário e faz todas as economias necessárias. Consegue os R$ 50,00 e vai na mesma livraria para comprar o livro que você realmente queria. Chegando lá, encontra-o em uma super liquidação pelos mesmos R$ 25,00 que você gastou naquele livro de quinta categoria. No instante você fica com vontade de matar pela segunda vez o vendedor que percebendo sua indignação ri por dentro afinal, vai ganhar comissão em cima de você de novo pois você é apressado e como sempre come cru...

Mas tudo bem, restaram R$ 25,00 que você provavelmente vai gastar comprando um CD barato do De Leve que vem acompanhado da revista Cem Por Cento Skate apenas por que algum skatista amador falou para você que a música era boa e você resolveu comprar para ver qual é a desse cara... E realmente, você ouve o CD e vê que De Leve- De Love é uma porcaria que nem pode ser considerada como música de verdade.

Bom, mas você ainda tem R$ 15,00, vai até a banca de jornal e compra aquela revista que você tanto gosta e quando chega em casa, olha em cima da mesa e vê que sua esposa comprou a revista pois, no dia anterior você tinha pedido a ela e, não se lembrava pois, na verdade pensou que ela nem ía comprar mesmo afinal, ela quase sempre te julga pelos seus gostos e adora te provocar.

No fim de tudo, você lê o livro que você estava botanto uma puta expectativa e vê que é apenas mais um livro com as convicções de um cara que só pensa em si assim como você e, acaba se convencendo de que não é o único diferente no mundo. Oba, mais um na pilha empoeirada...

Nessa brincadeira perdeu R$ 75,00...

Pagou caro em coisas que não lhe tem importância...

Leticia Duns.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Meu Amor de Primeira Idade

Já não vejo mais idade
Para choramingar amores adolescentes,
Para morrer de ilusão,
Para correr tanto risco,
Se embrenhar numa paixão inconsequênte.
Não vejo idade, já voou.
Não existe mais a vontade
De se atirar do alto de uma ponte
Sem equipamentos de segurança
Matar e morrer por alguém.
Acho que amores vão e voltam,
Paixões marcam e fogem,
A perdição do olhar engana.
Os amores do início da idade são os verdadeiros,
O que vem depois é só vontade
Pesadamente disfarçada de amor.
Amor que tenho vontade de viver
Mas uma vontade verdadeira
Não aquela de segundos amores
Segundas paixões e segundos olhares
Aquele, simples e amplo,
Carinhoso e tímido da aurora do descobrimento.
Não sentirei mais isso tudo
Quer dizer, sentirei saudades
E nada mais.
Sinto o pesar dessas palavras,
Mas a realidade estampada é essa.
Meu amor de primeira idade.

Leticia Duns

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

De súbito, tudo sumiu, parece até que se evaporou.
Tão rápido que nem notou?
Ou tão moroso que já não fazia diferença?

Leticia Duns.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

As Vozes da Poesia

Por que "todo" poeta tem um quê de negrume e tristeza? Já me perguntei por diversas vezes o motivo das poesias mais significativas e tocantes serem regadas às tristezas e melancolia e, se não fossem feitas com tal ênfase não surtiriam o mesmo efeito.

Existem aqueles que apenas escrevem sem notar pelo estilo que estão seguindo, apenas deixando o Eu lírico falar, e quando percebem... Lá está a tal "deprê".

Mas podem levar em consideração que mesmo nesses casos, a verdade da poesia fala mais alto do que o autor quiz dizer. Nem sempre (e, na maioria dos casos), os relatos são vividos pelo escritor, são apenas imagens, fases, passos entre outros vistos por tal durante sua vida, então, a poesia por si só fala e toma o rumo que quer tomar, sem que tenhamos controle das palavras.

Escrevo por que gosto de escrever, não me importanto se soa triste ou alegre, se vai fazer chorar ou rir. Não quero de maneira alguma agradar a todos, e nem que fosse minha vontade conseguiria. Então vou colocando aqui a voz que a poesia sussura ao meu ouvido quando vem inesperada e me faz passar para o papel suas sandíces, eu tenho um contato magnífico com ela, somos amigas inseparáveis e por mais que não consiga relatar todas suas vozes pois as palavras são inexistentes, continuo me arriscando e escrevendo o que gosto.

Ora, isso é o que basta.

Leticia Duns

Rosas Fortes

Essa noite recebi flores
Intensas, rosas fortes
Vieram de onde precisava
Vieram de mim.
Flores que nasceram e brotaram
Apareceram e revigoraram.
Recebi flores que coloriram
Todo meu corpo, meu espírito
Não mais cinza.
Iluminaram o caminho
Descobriram o destino
Pela rua das flores segui.

Leticia Duns.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

UoU Que confusão...

Eu vi
Quer dizer,
Pensei que vi...
Ou Imaginei?
Sei lá !!!
Fiquei confusa...
Sei que vi e vejo,
Vejo no meu coração
Vejo na minha
Eu na tua
Acho que devo
Supostamente ter inventado...
Que seja inventado em mim !
Criei só para mim
E pronto !
Nada além disso interessa.

Leticia Duns

Equilíbrio na Cabeça.

Hoje andarei por aí, com um balde d'água na cabeça, tal qual as baianas que saem dos poços com água barrenta, para ver se assim consigo equilíbrio na cabeça. Hehehehehe...

Leticia Duns

Por Entre

É fácil me ver
Por entre as plantas sentada
É fácil me achar
Dentre cadeiras e mesas lotadas
Estarei lá
Todas as vezes que achar que é tarde,
Sempre que lembrar que vivo.
Notará por entre os azulejos do refeitório
No meio das mãos sem pares
Destacado sobre olhos pensantes
Dentro das bocas híbridas
E vozes ludibriantes
Facilmente me achará a te esperar,
Tão novo sonho me despertará.

Leticia Duns

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mãos

Admiro as pessoas
Em geral, todas com sua inteligência
Com sua maneira de ser.
Adoro observar o modo de falar
As palavras quando bem ditas
Vem da voz da alma.
Adoro ouvir e olhar a boca se mexer
Mesmo quando ouço sem palavras.
Quando a boca não diz,
Os olhos confessam
Eles são janelas para adentrar a alma
Fundir as essências, tornar real.
Mesmo quando a boca se cala,
Quando não se ouve sem palavras
E não se perde no olhar,
Os gestos das mãos revelam
Tudo aquilo que no íntimo contém.
As mãos se entregam, pegam, tocam
Transmitem com suavidade ou não
A vontade intríseca.
O formato das mãos, a beleza dos dedos
O tocar da palma.
As mãos fazem transparecer
As "malícias" da alma.

Leticia Duns