quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Querer o Dispensável.

Quando algo tem realmente importância, não nos preocupamos no preço que pagaremos para ter em nosso "poder". Imagine que você vai a uma livraria comprar aquele livro que tanto ouviu falar e que sabe que precisa ter, você abre a carteira e vê que só tem R$25,00 e justamente o que você quer custa R$50,00. O vendedor te indica um que dentro do valor que você tem possa agregar algo parecido ao livro que você queria e, ao final das contas você compra e, momentaneamente fica satisfeito pelo bom negócio. Aí você lê apenas o primeiro capítulo e percebe que foi a maior roubada ter comprado afinal, agora você não tem mais R$ 25,00 e nem o livro que queria, logo aquele vai para a famosa pilha de livros empoeirados no canto da estante pois, provavelmente você não lerá completamente. Você fica com um puta ódio do vendedor e resolve que quer matá-lo mas aí você para e pensa: Pobre coitado atrás de uma comissão mais gordinha no final do mês... É...Você percebe que o errado na história foi você mesmo.

No mês seguinte recebe seu salário e faz todas as economias necessárias. Consegue os R$ 50,00 e vai na mesma livraria para comprar o livro que você realmente queria. Chegando lá, encontra-o em uma super liquidação pelos mesmos R$ 25,00 que você gastou naquele livro de quinta categoria. No instante você fica com vontade de matar pela segunda vez o vendedor que percebendo sua indignação ri por dentro afinal, vai ganhar comissão em cima de você de novo pois você é apressado e como sempre come cru...

Mas tudo bem, restaram R$ 25,00 que você provavelmente vai gastar comprando um CD barato do De Leve que vem acompanhado da revista Cem Por Cento Skate apenas por que algum skatista amador falou para você que a música era boa e você resolveu comprar para ver qual é a desse cara... E realmente, você ouve o CD e vê que De Leve- De Love é uma porcaria que nem pode ser considerada como música de verdade.

Bom, mas você ainda tem R$ 15,00, vai até a banca de jornal e compra aquela revista que você tanto gosta e quando chega em casa, olha em cima da mesa e vê que sua esposa comprou a revista pois, no dia anterior você tinha pedido a ela e, não se lembrava pois, na verdade pensou que ela nem ía comprar mesmo afinal, ela quase sempre te julga pelos seus gostos e adora te provocar.

No fim de tudo, você lê o livro que você estava botanto uma puta expectativa e vê que é apenas mais um livro com as convicções de um cara que só pensa em si assim como você e, acaba se convencendo de que não é o único diferente no mundo. Oba, mais um na pilha empoeirada...

Nessa brincadeira perdeu R$ 75,00...

Pagou caro em coisas que não lhe tem importância...

Leticia Duns.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, meu comentário no caso é apenas uma risada, mas longe de ser sarcática, é a risada de identificação, quantas vezes dei valor a coisas que são como a fumaça, faz mal ao nosso organismo e se esvai sem mesmo se perceber, definiria isso como uma das melhores crônicas que eu já li nos últimos tempos, melhor que muitas da Veja e da assustadora Folha de São Paulo.

Bjs, Fernando

sempre que passo por aqui, me arrependo de não ter conhecido seu blog antes. rs.

Leticia Duns disse...

Nossa, fico muito feliz quando recebo comentários como esse, realmente me impulsionam cada vez mais e gosto de saber que o que escrevo atinge pessoas que não conheço e que se identificam, isso é muito gratificante...

Muito obrigado Fernando, valeu mesmo pela força.

E aqui tomo espaço para agradecer a todos que estão visitando meu blog e que mesmo não deixando registrado aqui, fazem comentários diretos a mim e que guardo no fundo do meu coração !!!

Muito obrigado e espero que se identifiquem sempre !!!

Beijos.

Leticia Duns.