Mentiras alegres e corações partidos.
Na árvore que não via,
Deixei penduradas folhas escritas,
No solo, canetas sem tintas,
Nos frutos, casca sem polpa.
Deixei de querer o mundo
E todas suas coloridas flores
Se presas às raízes estão
Mas radiantes, exibem sua beleza.
Deixei de querer as músicas,
O que me impressiona
Se camufla em suas letras,
Melodias e acordes gritantes.
Deixei de querer alma,
Se enquanto corpo pulsa prazeres
E tão incoerente a descreve
Como se alma dele dependesse.
Deixei de correr os caminhos,
Olhar para os lados,
Enxergar vazio,
Lamentar passados, cegar destinos.
Decidi que deixei de tudo um pouco:
Tudo que me é vago,
Tudo que parece bonito,
Tudo que aparenta sintonia,
Tudo que está superior,
Tudo que é regrado.
Sim, de tudo um pouco,
Afinal poucos são os ensinamentos
Sobre nada que sabemos.
Um pouco de tudo,
Um pedaço de cada aroma
Mesmo que não goste.
Experimentos, só um pouco...
Acaba- se sem legados,
Apenas poetizando vagamente
Sobre palavras escritas, papel branco
Penduradas nos galhos
Daquela árvore que não via,
Flutuava sobre o chão.
Árvore donde nasce a verdade.
A verdade?
Deixei de escrever frases bonitas,
Mentiras alegres e corações partidos.
Leticia Duns.
4 comentários:
Perfeito, apaixonante...parabéns mulher! Mandou muito bem neste poema....
Bjs
Dé
Perfeito, apaixonante...parabéns mulher! Mandou muito bem neste poema....
Bjs
Dé
Valeu Dé ! Quando o escrevi achei que estava confuso mas já recebi um retorno dele e percebi que várias pessoas gostaram, isso é tão bom !!!
Muito obrigado !!!
Beijos
Le.
Deixar de fazer é recomeçar.
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